A Câmara de Vereadores de Caxias do Sul – RS, em cerimônia solene, prestou, nesta manhã de hoje, 08/05/2019, homenagem à DOMUS pelos seus 10 anos de fundação, reconhecendo em plenário os relevantes serviços que a instituição presta no acolhimento e abrigo de crianças e adolescentes com câncer da serra gaúcha, durante o tratamento quimioterápico realizado no Hospital Geral de Caxias do Sul, que é referência em Oncologia Pediátrica para 49 municípios que formam a 5ª Coordenadoria Regional da Saúde do RS.

O reconhecimento e a homenagem foi uma proposta do vereador Felipe Gremelmaier, que obteve o acolhimento unânime do legislativo caxiense e que foi consubstanciada numa placa com os seguintes dizeres:

"A Câmara de Vereadores de Caxias do Sul presta justa homenagem à Associação de Amparo à Criança e ao Adolescente com Câncer da Serra gaúcha – DOMUS, pelos 10 anos de ações sociais, recreativas, educacionais, espirituais, psicológicas e de saúde, contribuindo para o bem-estar das famílias da nossa cidade e região"

Na oportunidade o Presidente da Domus, Sr. Rocco Francesco Donadio, agradeceu a generosidade das comunidades atendidas pela Domus no diagnóstico precoce, tratamento e cura do câncer infantojuvenil.

DISCURSO

Na integra, o pronunciamento feito pelo presidente da Domus:

Senhora presidente, senhores vereadores, senhoras e senhores!

Em 15 de setembro de 2016, por indicação do Vereador Edson da Rosa, esta casa, por unanimidade, reconheceu a Domus como instituição de Utilidade Pública.

Hoje, voltamos a esta casa para, por indicação do vereador Felipe Gremelmaier, recebermos esta homenagem pelos nossos 10 anos de fundação.

Representando a ASSOCIAÇÃO DE AMPARO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE COM CÂNCER DA SERRA GAÚCHA – DOMUS, agradeço esta homenagem, sinal de que a comunidade reconhece o trabalho e os serviços que prestamos ao diagnóstico, tratamento e cura do câncer infantojuvenil.

Todos os dias, nós agradecemos a generosidade de tantas pessoas que nos ajudaram e nos ajudam de todas as maneiras a cumprirmos nossa missão de abrigar e amparar crianças e adolescentes com câncer da Serra Gaúcha.

Mas hoje, é um dia especial, pois ao comemorarmos nossos 10 anos de fundação, fazemos este agradecimento em público, nesta casa, na presença dos senhores Vereadores, dos fundadores da Domus, rotarianos, empresários, profissionais liberais, pessoas anônimas, representantes de clubes sociais e de serviço e imprensa, que sempre nos incentivaram e contribuíram para concretizarmos nosso sonho.

Há 10 anos, em 11 de maio de 2009, com a assinatura de 78 pessoas reunidas em Assembleia Geral, começamos a concretizar uma ideia surgida no Hospital Geral de Caxias do Sul, capitaneado pelo saudoso Professor José Carlos Avino, e idealizada pela Dra. Ângela Cagol, Dr. Ruy Reynert e seus colegas médicos e enfermeiros do HG.

O plano da construção da casa foi levado para os integrantes do Rotary Club Caxias do Sul, pela rotariana Oracélia Empinotti, acompanhada do Dr. Rui Reynert, que fez a explanação do projeto.

Prontamente o Rotary Caxias do Sul, presidido então, pelo companheiro Diron Dacol, encampou a ideia da realização do projeto.

O HG já tinha iniciado o serviço de oncologia pediátrica e tornara-se referência na área para os 49 municípios que formam a 5ª Coord. Regional da Saúde do RS.

E as crianças vinham das cidades vizinhas a Caxias do Sul, para o tratamento quimioterápico e não tinham onde ficar, depois da quimioterapia.

Foi aí que surgiu a DOMUS, justamente para acolher e abrigar as crianças e suas responsáveis, após a realização das sessões de quimioterapia, feitas no HG.

De lá até hoje, muitos caminhos foram percorridos e muitas conquistas foram obtidas:

Não tínhamos uma casa para abrigarmos as crianças que vinham para o HG tratar o câncer. Mas quis a providência que encontrássemos, pelas mãos do Ex-Reitor da UCS, Prof. Isidoro Zorzi, a casa onde o falecido Pe. Pedroni acolhia e consultava muita gente. Fizemos um contrato de comodato com a Associação Santo Inácio de Loyola, herdeira dos bens do Pe. Pedroni e dirigida pela Sra. Neusa Zorzi e iniciamos nossas atividades. Na verdade, demos continuidade a acolhida que o Pe. Pedroni oferecia, só que desta vez, às crianças e aos adolescentes da região.

Não tínhamos dinheiro, mas a primeira ação visando arrecadar fundos foi a promoção Bola ao Mato, realizada pelo Golf Club de Caxias do Sul, então dirigido pelo nosso sócio fundador Dr. Ruy Reynert.

Logo em seguida a antiga Ser Invensys promoveu um almoço e dele resultou um valor significativo para a Domus.

No dia da inauguração da nossa casa, em 30 de junho de 2010, fomos agraciados com um cheque da Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho.

Foram muitas as contribuições no início da nossa jornada: Maçons de Caxias nos deram as camas e Rotarianos nos deram os colchões.

Mas ainda não tínhamos a nossa casa própria.

E ela começou a se tornar realidade quando o Prof. José Carlos Avino comentou com sua esposa Maria de Lourdes Avino, o desejo do pessoal da oncologia pediátrica do HG, de ter uma casa para abrigar as crianças durante o tratamento do câncer. Maria de Lourdes sugeriu: Avino, já temos a nossa casa; então porque não doamos aquele terreno para o pessoal construir a casa de apoio às crianças?

Anos depois, com a venda dos terrenos (eram dois) doados, adquirimos a casa onde havíamos iniciado as nossas atividades e onde é hoje a nossa sede.

Pelas mãos do Sr. Sandro Junqueira, Diretor do HG, em 2013 fomos acreditados pelo Instituto Ronald McDonald para participarmos do programa Mc Dia Feliz, que tem como objetivo angariar fundos para ações de prevenção, tratamento e cura do câncer infantojuvenil na região de atuação da Domus.

Para informação dos senhores, o Estado Brasileiro não possui um programa de prevenção do câncer infanto-juvenil e este papel é exercido pelo Instituto Ronald McDonald, juntamente com suas mais de 60 instituições associadas, como a Domus, espalhadas pelo Brasil, com a campanha do McDia Feliz.

O apoio a nossa causa obteve a adesão de muita gente; pessoas comuns, imprensa local, empresários, empresas, entidades de classe, clube social, pessoas anônimas. Lembro de um anônimo que semanalmente juntava 12 reais em moedas, enrolava-as num saquinho plástico e as depositava na nossa caixa de correspondência.

A generosidade da alma serrana é enorme, principalmente quando a causa é justa, séria e comovente.

Para corresponder a esta generosidade e para cumprirmos nossa missão, percorremos todos os 49 municípios da nossa região de atuação, fazendo palestras de conscientização às mães e professores dos alunos das escolas municipais, sobre os sinais e sintomas do câncer infantojuvenil.

Distribuímos centenas de cestas básicas às famílias das nossas crianças.

Incentivamos as mães dos nossos acolhidos a terem uma atividade, através de vários cursos ministrados na nossa sede pelo nosso serviço social.

Distribuímos roupas, principalmente de inverno, às mães e crianças acolhidas na Domus durante o tratamento.

Através de voluntárias psicólogas proporcionamos atendimento psicoterápico às crianças acometidas com o câncer e principalmente às suas mães, para que se sintam mais fortalecidas para suportar a dor do câncer.

Proporcionamos, também através de voluntários, inúmeros atendimentos odontológicos às crianças para que pudessem ter as mínimas condições bucais para receberem o tratamento quimioterápico.

Adquirimos por conta própria e com a ajuda de terceiros voluntários anônimos, e saliento a participação da Liga Feminina de Combate ao Câncer, remédios bastante caros para o tratamento das manifestações especificas da doença.

Proporcionamos transporte gratuito, remédios básicos, sob prescrição médica, alimentação, material de higiene pessoal, acesso à internet, livros e brinquedos, jogos, parque infantil...

Durante estes 10 anos, acolhemos e abrigamos em nossa casa, crianças e adolescentes com os mais variados tipos de câncer. O mais comum é o de leucemia, que tem cura, se diagnosticado precocemente.

Algumas das crianças acolhidas em nossa casa, pela graça de Deus e pelos cuidados médicos já estão curadas; algumas crianças ainda estão em tratamento e carecem de nossa acolhida e abrigo. Mas infelizmente, algumas crianças já nos deixaram. E pela experiência que temos, algumas nos deixaram porque o diagnóstico da doença fora tardio.

Entendemos que se conseguirmos a cura de uma só criança, já teremos cumprido a nossa missão.

Mas as comunidades interioranas são desassistidas em matéria do câncer infantojuvenil, por falta de informações, por deficiência no diagnóstico médico e principalmente pelo diagnóstico tardio.

Porém, nossa acolhida, nosso aconchego, nosso carinho, nossa atenção e cuidados, além do tratamento médico específico, proporciona às crianças, adolescentes e suas responsáveis, condições de enfrentarem a dureza da doença.

Senhora presidente, senhores vereadores, senhoras e senhores, trabalhamos incessantemente para atenuar a dor do câncer das nossas crianças e adolescentes da serra gaúcha.

Abraço a todos!

Fonte: Assessoria de imprensa Domus

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Quanto mais cedo o diagnóstico, mais alta a chance de cura.

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