O “International Childhood Cancer Day” (ICCD) é uma campanha colaborativa global para levar conhecimento sobre o câncer infantil e seus desafios específicos, e ao mesmo tempo mostrar o apoio às crianças e adolescentes com câncer, sobreviventes e suas famílias no mundo todo.
O dia 15 de fevereiro é marcado como o Dia Internacional do Câncer Infantil para enfatizar a importância da participação comunitária e o apoio na luta contra o câncer infantil em todos os países.
No Brasil, a CONIACC incentiva a todas as suas 49 afiliadas a reforçar a luta contra o câncer infantojuvenil em todos os cantos do Brasil, e a DOMUS se engaja nesta luta, pois o que precisamos mesmo é aumentar as chances de cura da doença. E isto se faz com diagnóstico precoce. Quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as chances de sobrevida das nossas crianças e adolescentes.
Fatores chave do Câncer Infantil
· O câncer lidera a causa de morte de crianças e adolescentes em todo o mundo e aproximadamente 400.000 crianças entre as idades de 0 a 19 anos são diagnosticadas com câncer em todo o mundo a cada ano.
· As categorias mais comuns de cânceres infantis incluem câncer do sangue (leucemia e linfoma), tumores cerebrais e tumores sólidos tais como neuroblastoma e tumor de Wilms.
· Em países de alta renda mais de 80% das crianças com câncer sobrevivem, mas em vários países de média e baixa rendas (LMICs) apenas perto de 20% sobrevivem.
· Mesmo em cenários de alta renda, o câncer infantil representa uma causa importante na morte de crianças e morbidades de longo termo nos sobreviventes.
· A origem dos cânceres infantis é geralmente desconhecida, sem relação ao estilo de vida, e não pode ser prevenido ou rastreado.
· Melhoria dos resultados para crianças com câncer requer diagnóstico prematuro e preciso seguido por tratamento efetivo.
· A maioria de cânceres infantis podem ser curados com uma combinação de quimioterapia e outros tratamentos incluindo cirurgias e radioterapia. O tratamento do câncer infantil significa custo-benefício em qualquer cenário, independente da renda de um país.
· Mortes que poderiam ser evitadas em crianças com câncer, em LMICs, resulta da falta de diagnóstico, diagnóstico errado ou atrasado; dificuldade em acessar os cuidados; abandono do tratamento; morte por toxicidade; altas taxas de recaída (retorno da doença).
· In cenários de alta renda, a uma falta de inovação terapêutica é um obstáculo chave, e a razão para a estagnação de sobrevivência em doenças de difícil tratamento.
· Sistemas de dados do câncer infantil, tais como registros do paciente, em conjunto com um investimento sustentável nos sistemas e na infraestrutura de saúde para diagnóstico e tratamento precoces, são necessidades para o melhoramento contínuo da qualidade dos cuidados e para informar as regras decididas/estabelecidas.
Propagando conhecimento e eliminando mitos sobre a sobrevivência ao câncer Infantil
Contágio
Câncer infantil não é contagioso. É seguro brincar, socializar e interagir com crianças com câncer e com os sobreviventes.
Fertilidade
Alguns sobreviventes podem ter problemas de fertilidade e reprodução, dependendo do diagnóstico específico do câncer e tratamento, mas isso não é verdade para a maioria dos sobreviventes.
Tempo de Vida
Estudos mostram que crianças tratadas de câncer têm um risco de efeitos do tratamento, de longo prazo; entretanto, expectativa de prazo menor de vida depende de: a) o tempo inicial do diagnóstico, b) tipo de tratamento e c) intensividade do tratamento.
Desempenho escolar
Algumas crianças sobreviventes do câncer infantil têm dificuldades cognitivas e de aprendizado devido ao tipo de câncer e seu tratamento, mas isso não é verdadeiro para todas as crianças. A maioria dos sobreviventes tem alta performance na sua educação e carreira.
Socialização
Durante o tratamento, a maioria das crianças/adolescentes com câncer são separados dos seus colegas e não têm condições de se envolver em aulas regulares e outras atividades. Entretanto, vários estudos mostraram que, como uma consequência dos desafios pelos quais passaram e suas experiências, os sobreviventes tendem a ter melhor enfrentamento e alta resiliência em relação aos seus colegas. Em países onde há programas de suporte psicossocial para crianças com câncer e sobreviventes e/ou organizações não governamentais com programas e serviços que criem um ambiente de apoio e nutrição a essas crianças/adolescentes e suas famílias, os resultados de socialização são geralmente bons.
Pós tratamento
Um contínuo acompanhamento é importante para os sobreviventes devido a um risco maior de recidiva ou condições crônicas de saúde relacionadas ao seu tratamento do câncer. Vigilância e monitoramento regulares são críticos para identificação precoce e apoio para qualquer desafio de saúde ou danos.
Futuro
A maioria dos sobreviventes de câncer infantil retornam à vida escolar normal e suas atividades após o tratamento e efetivamente se reintegram com suas famílias, amigos e comunidades. Em alguns casos, sobreviventes e suas famílias adaptam ou modificam seu modo de vida para alcançar um “novo normal”.
Estigma
Em muitos países, sobreviventes do câncer infantil são admirados e vistos como heróis e guerreiros que corajosamente venceram o câncer. Sobreviventes do câncer infantil são provas vivas e testemunhas de que o câncer infantil é curável. Eles são os melhores embaixadores da esperança, que motivam e inspiram os novos pacientes e suas famílias assim como outros sobreviventes.
Diagnóstico
Crianças/adolescentes precisam ser informados sobre seu câncer. Informação apropriada, dependendo da idade, pode ser compartilhada, para ajudar os pacientes entenderem sua condição e o tratamento que receberão. Isso é especialmente crucial para os adolescentes e os jovens adultos que precisam se sentir fortalecidos e responsáveis pela sua própria saúde e bem estar.
Maior conscientização, informação e conhecimento precisos podem fazer com que todos nós possamos reconhecer sinais precoces do câncer infantil, fazer escolhas sobre a saúde das nossas crianças e combater medos e falsas ideias sobre o câncer infantil.
Fonte: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/cancer-in-children