O câncer é sempre uma palavra que assusta. Mas quando falamos dele na infância e na adolescência, o impacto é ainda maior.
Entre os vários tipos de câncer que podem atingir crianças e jovens, o linfoma é um dos mais frequentes. Ele acontece quando os linfócitos, que são células de defesa do corpo, começam a se multiplicar de maneira descontrolada, formando tumores no sistema linfático.
No Brasil, a estimativa é de quase oito mil novos casos de câncer infantojuvenil por ano, e o linfoma está entre os três mais comuns, junto das leucemias e dos tumores do sistema nervoso central.
Apesar de ser uma doença rara, o câncer infantojuvenil é a primeira causa de morte por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. Esse dado por si só mostra a urgência em conhecer os sinais de alerta e agir rapidamente.
O que é o Linfoma?
O linfoma é um tipo de câncer que atinge o sistema linfático, uma rede essencial na defesa do organismo. Nesse caso, os linfócitos (células de defesa) passam por mutações, multiplicam-se de forma descontrolada e formam tumores nos gânglios linfáticos e outros órgãos.
Existem duas grandes categorias de linfoma: o de Hodgkin e o não Hodgkin. Dentro delas, há variações com características próprias, cada uma exigindo estratégias específicas de tratamento.
LINFOMA NÃO HODGKIN: Subtipos
Representa cerca de 60% dos casos de linfoma infantojuvenil e inclui os seguintes subtipos principais:
1) Linfoma Linfoblástico (25-30% dos casos)
- Mais comum em meninos
- Crescimento rápido
- Pode afetar o tórax e causar dificuldades respiratórias
2) Linfoma de Burkitt (aproximadamente 40% dos casos)
- Mais frequente entre 5 e 10 anos
- Início abdominal típico
- Muito agressivo, mas responsivo ao tratamento
3) Linfoma de Grandes Células
- Linfoma de Grandes Células Anaplásico (cerca de 10%)
Pode surgir na pele, pulmões, ossos ou sistema digestivo.
- Linfoma Difuso de Grandes Células B (cerca de 15%)
Pode ter início no mediastino, abdome, pescoço ou ossos.
LINFOMA HODGKIN
Representa aproximadamente 6% dos cânceres infantis e se caracteriza pela presença de células de Reed-Sternberg. Distingue-se em:
- Clássico (com 4 subtipos)
- Predominância linfocítica nodular (de curso mais lento)
Sinais de Alerta: O que Observar
Os sintomas muitas vezes parecem inofensivos ou podem ser confundidos com doenças comuns da infância. Por isso, é fundamental estar atento a sinais persistentes:
Sintomas Principais
- Caroços nos linfonodos (pescoço, axila, virilha) que não doem
- Febre persistente sem causa aparente
- Suor noturno excessivo
- Fadiga e cansaço extremo
- Perda de peso inexplicável
- Coceira generalizada
- Tosse persistente
- Falta de ar
Como esses sinais podem passar despercebidos, a atenção dos pais, professores e profissionais de saúde é fundamental para que o diagnóstico não se atrase. Quanto mais cedo for a suspeita e o médico procurado, maiores as chances de sucesso no tratamento.
Diagnóstico e Tratamento
Quando há uma suspeita, o passo seguinte é procurar atendimento especializado o mais rápido que puder!
O diagnóstico é feito com exames como biópsias e imagens, sempre acompanhados por médicos hematologistas ou oncologistas pediátricos.
Uma vez confirmado o linfoma, é definido o estadiamento, ou seja, a extensão da doença, assim, o tratamento é iniciado.
Em geral, ele envolve quimioterapia e, em alguns casos, radioterapia. As taxas de cura são boas, tanto para o linfoma de Hodgkin quanto para o não Hodgkin, porém, depende do subtipo e especialmente, do momento em que o tratamento começa.
O Papel Fundamental da Família e Comunidade
Durante esse processo, a família e a comunidade assumem papéis insubstituíveis. Para a criança ou o adolescente, contar com o carinho e o acolhimento da família faz diferença não apenas no enfrentamento da doença, mas também na adesão ao tratamento e no bem-estar emocional.
Já a comunidade pode ajudar com campanhas, apoio material e iniciativas que tornam essa caminhada menos solitária.
Instituições como a Domus existem exatamente para oferecer esse suporte! Em Caxias do Sul, é referência no acolhimento e apoio oferecido em toda a jornada, tanto das crianças quanto das famílias.
Depois do Tratamento: O Recomeço
Esse é um momento de recomeço, mas que exige cuidados continuados. Por isso, o acompanhamento médico segue por anos, para monitorar possíveis efeitos tardios da terapia, como alterações no coração, nos hormônios ou na aprendizagem.
Mas, com o tempo, a criança ou adolescente vai retomando sua vida: voltando à escola, aos amigos, aos sonhos. Muitos carregam cicatrizes, mas também uma força imensa, que inspira quem está à sua volta.
Mensagem de Esperança
Falar sobre câncer infantojuvenil é falar sobre a importância de conhecer, reconhecer e agir. É lembrar que diagnóstico precoce salva vidas e, que cada gesto de cuidado pode ser decisivo para mudar um destino.
Durante as campanhas como o SETEMBRO DOURADO e o MÊS DA CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE O CÂNCER INFANTOJUVENIL, reforçamos que a informação é uma das armas mais poderosas que temos.
Como você pode ajudar outras crianças na mesma luta?
Na Domus, enfrentamos diariamente o desafio de dar continuidade a esse trabalho essencial, sem qualquer apoio governamental.
Nosso compromisso com a vida exige recursos constantes para manter exames, medicamentos, alimentação e tantos outros cuidados que cada criança precisa.
-> Você pode fazer parte dessa rede de cuidado e esperança! Para informações clique no link "Quero apoiar" e descubra como!
ATENÇÃO: Se você identificar algum dos sinais mencionados em uma criança ou adolescente de seu convívio, não hesite em procurar orientação médica. O diagnóstico precoce faz toda a diferença no tratamento e na cura.
Fontes de pesquisa:
INCA – Instituto Nacional de Câncer
OMS – Organização Mundial da Saúde: Câncer em Crianças
ABRALE – Linfomas Infantis
Together by St. Jude – Linfoma em Crianças e Adolescentes
Instituto Ronald McDonald – Diagnóstico Precoce