Em 2007, o HG de Caxias do Sul foi credenciado para o atendimento da Oncologia Pediátrica para os 49 municípios que formam a 5ª Coordenadoria Regional da Saúde do RS.
Em 11 de maio de 2009, a DOMUS era formalmente constituída.
Em 31 de julho de 2010, a sede da Domus era inaugurada e iniciados os serviços de hospedagem, alimentação e transporte dos pacientes oncológicos e suas mães, durante o tratamento.
Anos depois, mais experientes e melhor conhecedores das necessidades dos pacientes e das suas mães, além da hospedagem, alimentação e transporte, passamos a fornecer, durante e após o tratamento: assistência social, dando suporte material e emocional aos assistidos e à família que se encontra vulnerável, assistência psicológica aos pacientes e suas mães, remédios devidamente prescritos, consultas e exames especializados, atendimento odontológico, para tratar as mucosites.
Não fazemos serviços médicos, mas somos a extensão e complemento psicossocial desses serviços.
Não admitimos que uma criança não tenha as mesmas chances que nós adultos já tivemos e estamos tendo na vida.
Por isso, fazemos tudo o que estiver ao nosso alcance para proporcionar aos nossos assistidos um percurso digno e tranquilo durante o tratamento.
Mas a Domus é apenas um instrumento de acolhimento.
A verdadeira protagonista neste percurso é a MÃE.
Quando ela recebe o diagnóstico que seu filho está com câncer, seu primeiro pensamento é “MEU FILHO VAI MORRER”.
Então, ela começa a viver um luto interminável.
A pergunta é: POR QUE MEU FILHO?
E o sentimento de CULPA aparece.
Depois, entende a realidade e busca forças.
Aqui entra a DOMUS, que os acolhe (mãe e filho), e os assiste por todo o LONGO CAMINHO, durante, após o tratamento e após a morte, se este for o desfecho.
Ela não desiste da família.
Apenas se afasta para CUIDAR de quem mais precisa.
Se afasta do emprego, para dar ATENÇÃO MÁXIMA ao seu filho.
A luta é diária, hora a hora. Uma consulta, um exame, a implantação de um cateter.
A quimioterapia, a náusea e o sono depois dela.
Aí vem a perda do cabelo, o abandono da escola.
E assim os dias vão passando, em busca da cura, que tarda.
Mas ela é resiliente, resistente, forte.
Chora às escondidas, no silencio da noite.
Mas aguenta o rojão.
Daí, aparecem as questões familiares não resolvidas.
As intrigas tornam-se mais um peso na longa caminhada.
Por vezes, a dor do câncer não é a maior dor da família.
Mas sua atenção não se dispersa.
Sua visão está focada.
Seu coração bate pelo filho acamado.
Esta mãe guerreira luta de corpo e alma, dia e noite, mês a mês, ano a ano.
Até receber o veredito.
Quando este é positivo, a vida renasce, a alegria explode.
Quando este é negativo, a dor é incomensurável.
Mas a compreensão do destino e da vontade do céu se estabelece apesar da dor e do luto.
Fonte: DOMUS